24/01/2005

Fim*

Uma derrota em casa com o penúltimo classificado, ainda por cima detentor da defesa mais batida do campeonato, será sempre um escândalo para quem luta pelo ceptro de campeão. Mas não foi esse escândalo o pior do jogo de Sábado com o Beira-Mar. O pior foi o desbaratar completo da pequena chama de ânimo e esperança que, como que por milagre, se tinha reacendido depois da vitória sobre o Boavista.
Nessa última jornada da primeira volta, tudo, mas mesmo tudo, tinha corrido de feição ao Benfica. Os rivais marcavam passo, a equipa, com os ex-lesionados importantes de volta à equipa, fazia uma exibição convincente, a primeira em vários meses, e os adeptos, vergados por uma conjuntura tão favorável, voltavam de a acreditar. A teoria “A culpa é das lesões” parecia confirmar-se. E os encarnados partiam para a segunda metade do campeonato em inesperada igualdade pontual com Sporting e Porto, e com um calendário favorável para poder ganhar confiança e balanço rumo ao título. Só que…
De repente, voltamos ao Benfica sem força, sem equipa, e sem dignidade. Com os ex-lesionados em campo, com o público a puxar pela equipa mesmo em desvantagem, mas sem um pingo de “fibra” para dobrar as adversidades do jogo. O Benfica de Dezembro enche de novo o campo. E com o seu regresso mata definitivamente qualquer esperança racional quanto à ambicionada conquista do campeonato. Quem joga desta maneira sabendo que tem obrigatoriamente que vencer (para não deixar fugir o primeiro lugar, para ganhar ânimo, para colocar os adversários sob pressão) demonstra a ausência total de argumentos de campeão.

* Não resisto a colocar um "?" apócrifo no fim do título. Sim, isto é futebol. Para o bem e para o mal, um lugar onde a razão pode cair desarmada com um simples "talvez..."

1 comentário:

Tiago Franco disse...

Enquanto o Benfica não começar a jogar melhor, não merece que lhe dediquem uma lábia do calibre do último parágrafo.
Se eles são apaparicados desta maneira, como é que hão-de ter "pica" de jogar. Meninos mimados precisam é da pedagógica palmada, e não de playstations.