O ano passado Simão levantou a Taça de Portugal, numa vitória saborosíssima sobre o Porto de Mourinho. Como que cumprindo um desígnio histórico, qual aldeia de Ásterix, os encarnados mostravam-se os últimos resistentes às conquistas do treinador setubalense. Todos se vergavam? Não! O Benfica, como clube maior, dava o exemplo e, mesmo depois de estar em desvantagem no jogo, ia buscar o troféu e encabeçava a resistência. Na altura afirmei (mas reconheço que era mais desejo do que convicção) que este ano o campeonato seria nosso. E foi. Depois de uma luta titânica, com muita ansiedade e calafrios pelo meio, o Benfica sagrava-se outra vez Campeão de Portugal. E a festa, pelo país e pelo mundo, mostrou a grandeza única do clube.
Quando no Domingo Hélio e Sandro, e não Simão, ergueram a taça, fiquei obviamente triste. Ninguém gosta de perder a final da segunda competição mais importante do futebol nacional. Mas, pela primeira vez em vários anos, pude experimentar uma tristeza “normal”. Ou seja, a de um jogo de futebol, onde uns ganham e outros perdem. O Benfica rendeu menos que o Setúbal, com os jogadores visivelmente esgotados e em descompressão, e por isso a vitória dos sadinos não sabe a injustiça. Mas o estatuto do Benfica como o maior, em número de título, adeptos, mística e glória, não pôde ser minimamente beliscado. Depois das demonstrações da última semana, a derrota na Taça tornou-se apenas uma derrota do Campeão.
Sem comentários:
Enviar um comentário