Final inesperado mas feliz

Está prometido para o próximo fim-de-semana o desfecho da telenovela “Quem quer casar com a águia de dote modesto?”. A história alimentou o “defeso” dos diários desportivos, já teve bem mais de uma dezena de desfechos previstos, mas há um final que eu gostava de ver concretizado e que ainda não passou pelas primeiras páginas dos tablóides.
E nesse meu happy end a águia casasse com … Pauleta!
Antes que comecem a rir (eu provavelmente teria esse impulso se a ideia não fosse minha) passo a explicar as vantagens (para Benfica e para o jogador) e a razoabilidade da transferência.
É certo que Pauleta está “velho” e quase a “arrumar as botas”. Também é certo que o P.S.G. não o deixará sair por pouco dinheiro. Valerá a pena investir vários milhões num jogador que, no máximo, só jogará mais duas épocas? A minha resposta é: valerá.
Vejamos.
Pauleta nunca jogou no escalão mais alto do futebol português. Trata-se de uma lacuna grave para alguém que queira obter um lugar de honra da história futebol luso. Eu, pelo que conheço dele, acho que ambiciona esse lugar (veja-se a corrida atrás do record de golos marcados pela Selecção, que pertence a Eusébio). Obviamente que se pudesse juntar a essa passagem pela Super Liga o troféu de melhor marcador seria ouro sobre azul. Ou seja, o Benfica teria um jogador motivadíssimo, com indiscutível categoria, ponta de lança de raiz (o outro Gabriel diz assim), cheio de experiência e com vontade de “dar o litro”. É difícil conseguir melhor, em termos desportivos.
Quanto aos euros, as coisas poderiam ser menos complicadas do que parecem. O P.S.G. teria toda a vantagem em abrir mão uma fatia da transferência – os franceses não terão muitas mais oportunidades de fazer dinheiro com o açoriano. Pauleta, com a possibilidade concreta de ver o seu nome inscrito na lista dos melhores marcadores do campeonato português, também poderia abdicar de parte do ordenado - os prémios de jogos, a venda de camisolas, e a publicidade ao queijo poderiam equilibrar o orçamento doméstico.
Resumindo: ganhava o jogador e ganhava o Benfica. E era um final bonito para a telenovela, bem mexicana, que animou o Verão.