13/01/2006

Kariaka, a ameaça que vem do frio

O título é claramente exagerado, bombástico, mas não deixa de ter o seu quê de verdadeiro. Porque a maneira como os dirigentes encarnados lidarem com o caso do russo vai marcar o futuro próximo do Benfica. Não que atribua demasiada importância ao incidente em si. Karyaka quer jogar, vê que não tem possibilidades de se impor no onze encarnado, e usa uma táctica que se vem tornando comum (veja-se o caso de Maniche). A questão está na capacidade de cortar o mal pela raiz ou então deixar que a indisciplina tome conta do balneário encarnado.
Atravessamos uma nítida crise de crescimento. Sabemos que o grupo unido foi um dos segredos do sucesso do ano passado. E mantém-se, na nova época, como premissa essencial. Mas se era relativamente fácil gerir um plantel em que os craques se contavam pelos dedos de uma mão e os jovens, pela escassez de opções, tinham sempre a perspectiva de chegar a titular (Bruno Aguiar, por exemplo), o mesmo não acontece quando a qualidade e a quantidade aumentam, baixando por isso drasticamente as possibilidades de alguns que se julgavam com estatuto superior. Temos, então, o ambiente ideal para que a desunião prevaleça.
Considero, por isso, este um momento crucial na caminhada do Benfica de regresso ao seu lugar natural. Veiga e Vieira têm que aqui um desafio bem grande pela frente. Simão, Luisão, Nuno Gomes e Petit, como lideres naturais do grupo, são também chamados a dar uma mãozinha.
Quanto ao futebol propriamente dito, não era nada mau manter, contra a Académica, a chapa 2 do último par de jogos. O ideal, no entanto, era subir a parada. Porque não uma goleada das antigas?

2 comentários:

Tiago Franco disse...

Já vi este título melhor usado, lá isso é verdade. "Kostetski, a força que veio do frio". Na altura, o ABC tinha o monopólio dos campenatos portugueses, e o Kostetski era mesmo muita difícil de defender.
Mas fico um pouco assustado ao constatar quais são os líderes da equipa, que também concordo que o são: Simão (blhec), Nuno Gomes (blhec), Petit (blhec), Luisão (vénia). Como o Luisão é mais alto que os outros todos, pode ser que eles se aguentem...

Pedro Leal disse...

Quanto ao título tens razão. Mas este é um blog sobre futebol e, à boa maneira das melhores publicações do género, os lugares comuns são presença obrigatória.
Quanto aos líderes, também acho que do quarteto o "cabeça de amendoim" é único à altura da tarefa. Mas nestas coisas sou pragmático: as coisas são o que são. Podemos achá-los fracos mas que são mesmo eles os com maior influência no balneário lá isso são.