26/02/2005

Semana Terrível III - Ansiedade Pragmática

Às vezes gostava de ver os jogos do Benfica de outra forma. Torcendo, concerteza, ficando alegre ou triste no fim, conforme o resultado, mas sendo capaz de aguardar o jogo seguinte com a descontracção de quem vai no fim-de-semana ao cinema apenas desejando repetir a dose de emoções. Gostava, mas a verdade é que não consigo. Sobretudo porque, como muito bem explica o Paulo “Voz de Comando” Catarro no post anterior, o Benfica sofre com um jejum demasiado longo para a sua dimensão e para o seu historial. O título na Super Liga e o regresso aos lugares de topo na Europa estão implícitos no desfecho de cada desafio, conferindo-lhe assim uma importância que ultrapassa os noventa minutos. Para além da vitória, do empate ou da derrota, o jogo assume-se como uma parte no caminho de volta à normalidade.
Quando a Semana Terrível se aproxima do segundo momento decisivo, a vitória sobre o Porto pode trazer um impulso decisivo para o título. Para além de significar três pontos sobre um dos rivais directos, constitui também a injecção de ânimo que os jogadores, e adeptos, encarnados há muito procuram. Ao contrário, o Porto sofreria um rude golpe. A diferença pontual aumentaria e a confiança do grupo seria abalada, transformando-o num perseguidor menos perigoso.
Tudo isto apenas para dizer que, mais do que a exibição, deseja-se a vitória do Benfica, na próxima segunda-feira. O benfiquismo descontraído pode esperar.

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