O Benfica empatou o primeiro jogo da Liga. Os meio campistas encarnados continuam a enfermar de uma quantidade de passes falhados de importância, infelizmente, dramática. Se defensivamente não haverá nada a apontar ao sector mais recuado e ao sector intermédio, sendo eu da opinião, inclusivamente, que será muito difícil a qualquer equipa nacional meter um golito ao Benfica, já esses passes falhados crónicos de Beto, Petit e Manuel Fernandes, são, ofensivamente falando, uma espécie de catástrofe para Nuno Gomes, Simão, Geovanni e Karyaka. Por falar no russo, há que notar o seu potencial para ser a tal ligação directa que faça o motor encarnado arrancar rumo à baliza adversária, mas a sua má recepção de bola compromete essas mesmas aspirações. Poderia-se então falar de Nuno Assis, que tem exactamente essa característica de conseguir segurar a bola junto do pé, mas cuja falta de capacidade de vir buscar jogo mais atrás, marca de Karyaka que quase transforma o russo num box-to-box ideal, faz com que , com o ex-vimaranense em campo, o Benfica fique partido em dois. Por isso, sugiro uma de duas coisas: ou se utiliza engenharia genética de ponta e se cruzam rapidamente os genes de Karyaka e Nuno Assis, criando assim o jogador que o Benfica precisa, ou se põe os dois a jogar à frente de Petit, Beto ou Manuel Fernandes, de cujos nomes escolheria facilmente Petit, habituado a jogar no Boavista campeão nestas circunstâncias.
De realçar os bons primeiros dez minutos, a excelente partida de Anderson e Nuno Gomes e a boa noticia de que Koeman não tem a cabeça dura que se adivinhava e não tem receio de inventar um bocado (Ricardo Rocha jogou bem, cumprindo, e Karyaka, surgido inesperadamente como titular, deu um outro perfume ao futebol encarnado).
1 comentário:
Ontem vi o Benfica-Parma (2-1 de 1994) na RTPMemória. Bons tempos. Iuran, Isaías, JVP, Rui Costa e Vitor Paneira atacavam em bloco como uma avalanche praticamente incontrolável. As comparações à data são pouco razoáveis mas factíveis: Só o Simão tinha lugar naquele ataque. Com esta equipa não sofremos muitos golos (algo inédito, só ao FCP isto acontecia) mas também não marcamos. Por regra, os dois primeiros lugares são igualmente os dois melhores ataques. Até no Elifoot era assim! Sem, pelo menos, dois atacantes que no um-pra-um ganhem 80% dos lances, não vamos lá. Em 94 era assim. Continuo sempre a acreditar que, mesmo com o Nuno Gomes e o Mantorras lesionados seríamos campeões. Não há lógica nisto, nem é para haver. O uso da 2ª pessoa do plural empolga-me nos exageros. Ganharemos! Mas não se esqueçam dos '80% dos lances'...
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