22/08/2005

Ser optimista

Claro que era melhor começar com uma vitória. Ainda por cima não marcámos golos. Mas, mesmo reconhecendo que o sentimento imediato foi de desilusão, parece-me legítimo algum optimismo. E é por aí que eu vou.
O Benfica demonstrou continuidade exibicional em relação à época passada. Aliás, até o resultado foi igual ao do jogo da festa, em Junho: um empate. Esta continuidade é positiva, na minha opinião conservadora. Revoluções só em situações extremas. Se a equipa campeã permanece quase toda, seria prejudicial alterar radicalmente a forma de jogar. Por isso, e muito bem, a equipa contínua a escorar-se na robustez defensiva, com um meio campo trabalhador e com uma linha recuada forte, reforçada, por um lado, com a contratação de Anderson, e fragilizada, por outro, com a saída de Miguel. Lá na frente, Nuno Gomes faz pela vida e espera-se de Simão e (ou) Geovanni pormenores inspirados que desequilibrem o resultado a nosso favor. Claro que falta a criatividade e imaginação ao meio-campo e agressividade e poder de decisão na frente. Mas é aí que se pode (tem que) evoluir. E enquanto essa evolução não surge, satisfaz-me a sensatez de Koeman. Com concepções de jogo radicalmente diferentes de Trappatoni, o holandês demonstra paciência para, pouco a pouco, ir impondo o seu modelo de jogo, sabendo aproveitar a herança que lhe foi deixada. A equipa funciona com evidentes limitações mas razoavelmente bem. Parece-me que puzzle está a ser bem montado, aguardando apenas que sejam preenchidos os espaços das peças “número 10” e “ponta-de-lança credenciado”. Nessa altura, acredito que o rendimento melhorará muito.

2 comentários:

Anónimo disse...

acho que os reforçoas são já uma miragem, caro Gabriel...vai ser comestes que teremos de contar.

Gabriel "O Ovo" Alves disse...

Talvez tenhas razão, Rui. Mas enquanto há vida (e as incrições não fecham)...