02/09/2005

O Reino Benfica


Nos confins do Continente Futebol existe um reino feudal chamado Benfica. Terra muito antiga e de lendas infindas, com heróis extraordinários como Coluna, Eusébio, Rui Costa, Nené, outrora glorioso e temido por todos os reinos desse mundo estranho e inquieto, definha por estes anos numa apatia estranha, amaldiçoado por dois feiticeiros negros terríveis chamados Manuel Damásio e Vale Azevedo, perdendo batalhas atrás de batalhas, cuja alma e espírito parecem feridos de morte, afundado numa melancolia revivalista de glórias passadas e sonhos de grandeza impossíveis de concretizar.
Como qualquer reino que se preze, a sua estrutura social, a que no continente Futebol se chama Plantel, está organizada em vários patamares de poder e importância.
A Plebe, massa informe cujos indivíduos quase não têm nome por terem tão pouca importância, por não terem valor algum, é constituída por homens que eram da Burguesia e caíram em desgraça, ou que pura e simplesmente nasceram nessa classe desfavorecida e nunca tiveram uma hipótese de lá sair. São eles Alcides, Mantorras, Bruno Aguiar, Nuno Assis, Karyaka, Hélio Roque e Tiago Gomes.
A Burguesia, sem poder que rivalize com as classes dominantes, é constituída por indivíduos de valor, que surgem a espaços na luta pela glória do Reino, mas cujos feitos são menosprezados, quando não ignorados, pelos cronistas. Neste estrato social pode-se achar gente de provas dadas de valor e lealdade, homens que sempre cumpriram, mas que, por uma razão ou outra que não se percebe, foram postos de lado e nunca serão considerados primeiras escolhas. Estes são os primeiros a ser esquecidos quando há mérito a ser atribuído e os primeiros a ser responsabilizados quando há culpas a atribuir. São os mal-amados Quim, João Pereira, Dos Santos, Ricardo Rocha e Geovanni.
Os Cavaleiros têm muito poder. É-lhes dado todo o crédito para provarem o que valem, sem qualquer tipo de reserva. Mas é um poder que pode ser transitório porque depende muito do que os cronistas disserem acerca dos seus desempenhos no campo de batalha. É fácil um deles tornar-se uma carta fora. Mas, em oposição, podem ascender a ser um dos da Nobreza, bastando para isso que os cronistas os louvem. São eles Anderson, Miccoli, Karagounis, Leo, Nélson e Beto.
A Nobreza, intocável faça o que fizer, sempre favorecida pelos cronistas, que ninguém põe em causa, mesmo que demonstrem ser imprestáveis no campo de batalha, vivendo dos privilégios adquiridos e de lendas antigas, cuja veracidade é impossível de verificar, são Moreira, Nuno Gomes, Petit, Manuel Fernandes e Luisão.
Por fim, no topo do Benfica, o Rei. Simão Sabrosa, sucessor de João Vieira Pinto. Homem divinizado a quem tudo se desculpa, é um Rei Sol acima de tudo e de todos, cujas fracas exibições como guerreiro são apagadas da memória colectiva do povo pela total submissão dos cronistas. As suas façanhas no campo de batalha são lendárias.
Não se pode deixar de fazer referência ao bobo da corte, Carlitos, um ser pequeno e engraçado, cuja especialidade é fazer todos rir com quedas e parvoíces várias com uma bola que parece fugir-lhe constantemente dos pés. Também ao feiticeiro, e respectivo aprendiz, Luís Filipe Vieira e José Veiga. E, por último, ao intocável, aquele que detém, mais poder a seguir a Simão, o Bispo Koeman.
Há ecos longínquos que anunciam um novo período de glória para o Reino do Benfica. As batalhas aproximam-se. Será que é desta que o reino recuperará as glórias passadas?

1 comentário:

Tiago Franco disse...

Urge! Luisão promovido a Rei!