Há quatro meses e meio, no dia 7 de Maio, o Benfica perdia em Penafiel e esbanjava em definitivo a tranquila diferença pontual com que entrara no último quarto do campeonato. Tropeços em Vila do Conde e na Luz, com o União de Leiria, tinham já permitido a aproximação dos rivais de sempre. Agora a situação poderia ficar ainda mais complicada. O Porto levantou-nos um pouco a moral no dia seguinte, com um empate em Moreira de Cónegos, mas o Sporting não renegou a oportunidade. Venceu tangencialmente o Guimarães, em Alvalade, e passou os encarnados na tabela, ainda que com o mesmo número de pontos. Faltavam duas jornadas para o fim. O Benfica jogara mal (a falta de Luisão, Manuel Fernandes e Nuno Gomes explicava muita coisa mas não tudo), os sportinguistas andavam eufóricos e os portistas à espreita da desgraça alheia, e o próximo passo era a recepção aos lagartos. Hoje sabemos que a cabeça de Luisão, com a ajuda de Ricardo, pôs as coisas no seu devido lugar. O Benfica foi mesmo campeão e a festa adiada durante dez anos aconteceu. Mas nesse fim de noite do dia 7 de Maio, e na semana seguinte, apreensão era grande e muitos repetiam, desiludidos, “ainda não é desta…”
Recordo aqui este pedaço da história recente porque os encarnados jogam este fim-de-semana no Estádio 25 de Abril. Para além de amealhar os essenciais três pontos da vitória, os campeões nacionais têm uma tarefa obrigatória a cumprir. Desforrar a dolorosa derrota da época passada. E isso passa por uma exibição autoritária, dominadora, com bons momentos de futebol, e pelo menos três golos marcados. Uma exibição sem clemência. Que cure os traumas e ponha “cada macaco no seu galho”.
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