Não escondo a minha simpatia pelo Vitória de Setúbal. Já aqui o escrevi, e o sentimento mantém-se. No momento em que o clube do Sado atravessa uma situação particularmente complicada (rescisão de contrato de treinador e jogadores, salários em atraso, má gestão directiva) gostava que o resultado do jogo de amanhã fosse bom para o meu Benfica e, ao mesmo tempo, também favorável aos sadinos. Mas como se resolve esta equação aparentemente impossível? De uma forma simples. Com a vitória, por números alargados, do campeão nacional. Confusos? Eu explico.
Para o Benfica só a vitória interessa. É fundamental manter, ou encurtar, com a ajuda do Guimarães, a diferença pontual para o Porto.
Para o Setúbal, e numa perspectiva não imediata, o melhor resultado passa pela derrota. Parece absurdo mas tem lógica. Uma derrota, depois do que se passou esta semana, seria o princípio do fim para “habilidoso” Chumbita Nunes. E o fim de Chumbita só pode significar o bem do Vitória, já que é ele o grande responsável pelo que de mau se passa para as bandas do Sado. Um triunfo, pelo contrário, seria interpretado como se a razão estivesse do lado do presidente (esta é a lógica, pouco lógica, do futebol: os resultados são o fiel da balança). Chumbita sentir-se-ia legitimado a prosseguir os seus “malabarismos” e a enterrar, ainda mais, o Vitória.
Portanto, e em conclusão, que vença o Benfica, e por mais de três se possível, e que Chumbita Nunes saí do caminho e permita que o Vitória prossiga o caminho de regresso ao topo do futebol português.
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