29/01/2007

Uma questão de Ecologia


Do lado esquerdo do ataque do Benfica, um homem ajeita a bola enquanto se vão aconchegando na área os defesas centrais, avançados e médios das duas equipas. Está frio e há algum vento. O homem baixa-se, desfaz o laço da chuteira, que se adivinha demasiado folgado, e ata de novo calmamente os cordões. O árbitro apita. Os jogadores na área começam a movimentar-se sem tirar os olhos do homem que agora se levanta, ajeita de novo a bola e dá dois passos para trás, olhando para a área. O guarda-redes adversário aponta e grita ordens de atenção aos companheiros, demasiado compenetrados em marcar, em movimentos de esconde-esconde, os jogadores de encarnado. Todos olham para o homem que agora avança para a bola e, sem muito balanço, a atira teleguiada para a entrada da pequena área. Um gigante salta atrás de um homem de azul, ganhando-lhe a posição e o privilégio de ser ele a acertar na bola. A bola entra, impossível de ser parada pelo guarda-redes.


A Natureza vence. As regras do Universo são simples. A condição natural de um benfiquista é ganhar, só lhe bastando obedecer às leis primordiais. A partir de agora, basta aos seus colegas saber que Rui Costa está em campo, que a ordem natural das coisas prevalecerá a partir do génio do número 10. No fundo trata-se só de respeitar a natureza.

1 comentário:

mago disse...

Excelente post, a mística muito bem abordada de um ponto de vista ecológico. Pode ser que agora sim todo o balneário perceba sempre, todos os jogos, o que é que representa vestir aquela camisola.

Um pouco off-topic, reparei que o Paulo "Voz de Comando" Catarro e o David Bengelsdorff (acho que era assim) saíram dali de cima do topo esquerdo dos colaboradores. O Luz Sector 24 passou portanto a ser escrito apenas a duas mãos?