19/11/2004

Desculpa lá Rio Ave, mas…

Novo jogo, nova final. Agora a razão do dramatismo reside na necessidade de não deixar fugir o F.C.Porto. É assim a vida de um candidato ao título esfomeado: sempre com o precipício à disposição de um resvalar de pés.
O adversário, desta vez, chama-se Rio Ave, calmo frequentador (pelo menos até agora) do meio da tabela. O jogo é na Luz, e qualquer resultado que não seja a vitória significa crise instalada. A lesão de Miguel continua a preocupar (ainda não é certo o seu regresso) e a falta de forma de Sokota também. Temos que confessar que é angustiante não vislumbrar, neste momento, uma alternativa para o esforçado Karadas. Não acredito, por isso, que Trapp renuncie ao norueguês a favor do croata. Aliás, o treino específico que vimos ontem nos noticiários televisivos, administrado pessoalmente pelo treinador ao avançado, parece significar a inevitabilidade da opção. Seja como for, acredito (e se não acreditasse significava que algo estava muito mal…), que o Benfica vai ganhar. Por quantos? Talvez 3-1. Sendo um dos golos facturado pela cabeça de Luisão. Finalmente!
Para Rio Ave fica alguma simpatia. A razão de tal sentimento não a sei bem, mas julgo que tem ver com as primeiras transmissões em directo dos jogos da então 1ª Divisão. Estávamos no início dos anos 80, e a coisa era muito rudimentar, tecnicamente falando. Ainda por cima as imagens saiam da minha televisão a preto-e-branco. Talvez para não afastar público dos jogos com "grandes", ou porque estes pedissem muito dinheiro, as equipas pertenciam, quase sempre, à metade inferior da tabela. Um Académico de Viseu-Amora, ou um Farense-Recreio de Águeda, era o que normalmente se podia esperar. E nesse campeonato lúgubre e mal enquadrado, de estádios vazios, eu torcia (mais uma vez não me perguntem porquê) pelo Rio Ave. A simpatia ficou até hoje. Mas Domingo, na Luz, ela sofre um breve interregno. Para bem de um Benfica a caminho do título.

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