06/12/2004

Sorte e azar

Um cristão adepto da bola tem sempre um problema latente a resolver: a superstição. Ele sabe que não se torce o destino com rituais privados. Sabe que a bola bate no poste e não entra, o ressalto engana o guarda-redes, o penalti é convertido no último minuto, o avançado falha a baliza escancarada, independentemente dos gestos ou frases que se possa usar para “dar sorte”. Sabe isso, mas o resultado de um jogo de futebol depende tanto desses pequenos pormenores, que, mesmo encarando a superstição como uma mentira própria da “antiga natureza", muitas vezes surge a tentação de recorrer a ela.
Acontece que desde que começamos este blog o Benfica não ganha na Super Liga. Já lá vão três jogos. Caso não fosse cristão diria que damos azar. E ponderava a hipótese de suspender estes comentários, a bem da carreira classificativa do “glorioso”. Mas, como disse acima, luto contra a superstição. Não acredito nela. E por isso, espero que: o Benfica ganhe ao Estoril (o palpite é 4-1); que Geovanni acorde inspirado; que Karadas marque mais um ou dois golos; que Simão não se lesione; e que o Luisão esteja tão atento aos avançados “canarinhos” como aos disparates do Argel (este sim, reconheço, costuma dar azar).

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